Projetos de pesquisa desenvolvidos


Subjetivação e Mídias Sociais: por uma ética do cuidado de si 

A partir dos resultados da pesquisa (CAP 104/2016) O JOVEM DA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM NOVO MODO DE CONSUMIR CONTEÚDO, em que discutiu sobre a mudança de comportamento mediante o uso das tecnologias digitais, foi possível compreender que abordar o digital na atualidade demanda uma concepção que não o tome apenas como oposto ao off-line, uma vez que esses dois planos estão imbricados. Todavia, o universo online apresenta características específicas, a partir de um modo de funcionamento discursivo próprio desse ambiente, que se dá por meio de recursos que permitem ações como: curtir, comentar, compartilhar, convidar alguém para ser amigo em uma rede social digital, entre outras ações que só fazem sentido nesse lugar. O ambiente digital produziu uma mudança comunicacional no mundo, nas relações históricas, sociais e ideológicas, na constituição dos sujeitos e dos sentidos, assim como na forma dos relacionamentos, do trabalho, da mobilidade, dos encontros, e até mesmo do fazer científico, do qual faz parte a maneira de sua produção e seus meios de circulação. Em cada uma dessas esferas de atividade humana, modificadas por essa estética de comunicação, há desdobramentos para outros lugares de significação, que produzem novos sentidos no jogo entre o mesmo e o diferente. Muito se questiona sobre a qualidade do material produzido no ambiente digital como contribuição cultural, educacional e de interesse público, mas quando essa geração publica seus conteúdos está explicitando um campo de produção de subjetividades que, associado à esfera sociohistórica, organizam ao que se pode chamar, em sentido amplo, de formas de existência relativas ao dever, à ética e à moral. Portanto, é preciso compreender que, no processo social de significação, a relação da língua com a história, e da memória discursiva e seus efeitos na constituição do sujeito, nos convocam a refletir sobre os desdobramentos epistemológicos do campo da Análise de Discurso. Convoca, ainda, a necessidade de discutir as possibilidades de trabalho com as materialidades digitais, percebendo, assim, a subjetivação nas mídias sociais, a partir de corpus e temas diversos, que traz ao campo científico as mais contemporâneas experiências da relação ética do sujeito consigo mesmo e com o tempo presente.


Michel Foucault e a ética do cuidado de si: Um estudo hermenêutico da temporalização 

Estudar a relação entre temporalização e subjetividade como dimensão fundamental da ética. Sistematizar a ética em Michel Foucault, partindo do cuidado de si à estética da existência, com destaque à Hermenêutica do Sujeito, à História da Sexualidade: o cuidado de si e à Ética, Sexualidade e Política. Descrever como se caracteriza o distanciamento necessário ao sujeito que, a propósito de Michel Foucault, faz operar a estética da existência..

CIÊNCIA E COMUNICAÇÃO: dispositivos de divulgação científica na tecnociencia 

Este projeto visa investigar as relações entre Comunicação, Ciência e Sociedade que se manifestam nos processos de divulgação e percepção da ciência por interlocutores diversos, especialmente no âmbito das mídias digitais. Para tanto, pretende-se analisar os discursos da tecnociência - compreendida como o resultado da interação entre Capitalismo, Ciência e Tecnologia - a partir do mapeamento, descrição e análise de dispositivos comunicacionais que abrigam práticas de divulgação bem como dos enunciados produzidos pelos interlocutores e registrados nos canais previstos pelos dispositivos digitais de comunicação. Acredita-se que tal investigação possa auxiliar na compreensão comunicacional da produção, circulação e consumo do conhecimento científico no Brasil..


Os impactos da pandemia na população Trans de Barra do Garças/MT. 

O presente projeto se propõe a discutir a existência de uma transnecropolitica no Brasil capilarizada em cidades interioranas que vão criando bases estruturais, protegendo vidas de grupos sociais tidos como relevantes e agindo em pró da aniquilação das/os consideradas/os párias sociais. Para tanto, primeiramente, abordaremos o que é transexualidade e alguns aspectos controversos relacionados ao tema. Essa proposta visa analisar histórias de vida de pessoas Trans, profissionais do sexo, tomando-se como referencial a crise sanitária causada pela pandemia de Covid-19 numa perspectiva decolonial e da necropolítica. A decolonialidade para constituirmos o lugar estabelecido na relação raça, gênero e classe; a necropolítica para podermos verificar a existência de que assola à questão trans, expondo as razões que nos permitem afirmar que há uma transnecropolítica no Brasil interiorano. Utiliza-se ainda o método de pesquisa bibliográfica e recorre a autores como Achille Mbembe, Judith Butler, Berenice Bento, Maria Lugones entre outros, bem como a dados de entrevista e da ANTRA, para respaldar as reflexões.